Transfusão

testemunhas de Jeová e a Questão do Sangue - Wikipédia, a Enciclopédia Livre

As Testemunhas de Jeová dizem basear na Bíblia a sua recusa na utilização e consumo de sangue, humano ou animal. Entendem que esta proibição foi dada à humanidade em geral visto que foi transmitida por Deus a um homem que a Bíblia apresenta como ancestral de todos os homens, Noé. Além disso, reforçando esta aplicação geral, a ordem teria sido dada na ocasião em que Noé, tal como o primeiro homem Adão, iria dar um novo início à sociedade humana. Esta mais antiga referência bíblica ao uso de sangue diz o seguinte:

* Génesis 9:3-5

"Tudo o que se move e vive vos servirá de alimento; eu vos dou tudo isto, como vos dei a erva verde. Somente não comereis carne com a sua alma, com seu sangue. Eu pedirei conta de vosso sangue, por causa de vossas almas, a todo animal; e ao homem que matar o seu irmão, pedirei conta da alma do homem." (Bíblia Ave Maria)

As Testemunhas entendem que esta ordem não era uma mera restrição alimentar ou dietética visto que se associa o sangue não só com o alimento mas também com o assassínio. Mais tarde, após a formação da nação de Israel, a própria constituição ou Lei nacional incluía as seguintes ordens:

* Levítico 7:26, 27

"E não deveis comer nenhum sangue em qualquer dos lugares em que morardes, quer seja de ave quer de animal. Toda alma que comer qualquer sangue, esta alma terá de ser decepada do seu povo." (Tradução do Novo Mundo)

* Levítico 17:10, 11

"Se alguém da casa de Israel, ou dos estrangeiros que residirem entre eles, tomar qualquer sangue, eu porei a Minha face contra a pessoa que toma o sangue, e a cortarei de entre seus parentes. Pois a vida da carne está no sangue." (versão judaica Tanakh)

A Lei mencionava o que um caçador devia fazer com um animal morto:

* Levítico 17:13, 14

"Ele deve derramar o seu sangue e cobri-lo de terra. Não deveis tomar o sangue de carne alguma, pois a vida de toda carne é o seu sangue. Qualquer pessoa que tomar dele será cortada." (versão judaica Tanakh)

As Testemunhas mencionam ainda que esta lei de Deus sobre o sangue não deveria ser desconsiderada nem mesmo numa emergência. Lembram que alguns soldados israelitas, em certa crise em tempo de guerra, mataram animais e ‘foram comê-los junto com o sangue’. Apesar de parecer uma questão de emergência, ainda assim considerou-se esse acto como pecado contra Deus. (1 Samuel 14:31-35)


Em 21 de Setembro de 1995, a Comissão Europeia dos Direitos Humanos publicou um relatório sobre um acordo que a Associação Cristã das Testemunhas de Jeová da Bulgária fez com o Governo da Bulgária.

"Com respeito a posição das Testemunhas de Jeová em relação ao sangue ... os pacientes Testemunhas de Jeová recorrendo sistematicamente a tratamentos médicos para si mesmos e para os seus filhos, fá-lo-ão usando de seu próprio livre arbítrio, sem nenhum controle e sanção por parte da requerente." [21]
(A verdade é que o membro ao aceitar uma transfusão é desassociado, sofrendo todas as penalidades atribuídas ao desassociado.)

Segundo os críticos, este acordo foi mantido oficialmente em sigilo até a sua ampla divulgação na Internet. As Testemunhas contrapõem que, a ser verdade, tal secretismo não parece ser necessário uma vez que o texto apenas expressa o que realmente acontece, ou seja, a pessoa usa de livre arbítrio e a congregação simplesmente aceita a sua renúncia expressa.

O mesmo parece acontecer com as palavras atribuídas ao Dr. Raul Josefino, advogado da Associação das Testemunhas de Jeová de Portugal:

"No limite, a liberdade de receber sangue é uma opção da Testemunha. Ela pode consentir e recebê-lo sem sofrer qualquer tipo de recriminação." [22]

Raymond Franz, no Capítulo 9 do seu livro Em Busca da Liberdade Cristã (1991), sob o tema "O Sangue e a Vida, A Lei e o Amor", faz inúmeras considerações sobre a política organizacional envolvendo a proibição do uso medicinal do sangue e sobre a sua interpretação do que a Bíblia diz.
[editar] Alternativas actualmente disponíveis
Eritropoietina



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